terça-feira, 22 de março de 2011


Então depois de um longo e tranqüilo sono ela acordou como se estivesse nascendo para o mundo, um mundo que antes era visto com outros olhos, a sensação era de que estava sendo retirada dos seus olhos uma venda, que não a permitia compreender o milagre dos sentidos e a profundidade dos detalhes. Sentiu se traída pelos dias que a mantinha presa na ignorância, permitindo a ver a vida assim como se vê uma miragem.
E lá caindo de um penhasco de ilusões que despencaram por terra como água em dia chuvoso, jamais imaginaria que o seu cúmplice era uma farsa, total e irremediável, o mundo do qual faziam parte apenas indivíduos selecionados era na verdade um amontoado de poeira, que se foi instantaneamente quando ligou o aspirador.
Em meio à queda de ideias e ideais, de sonhos forçados, de presentes e tormentos eis que surge uma mão, uma voz, um rosto, um ser completo e único que abre as portas para um mundo real cheio de belas realidades, sem fantasias banais de fuga. Com um estalar de dedos seus olhos se abrem e ela consegue desvendar os mistérios que antes desconhecia a existência.